voo e vertigem (colagem digital) de Juliana Blasina |
Assim chega o nosso sétimo volume:
A mulher e o espaço fora do corpo
Com textos e artes de: Aimée G. Bolaños | Amábili de Barros | Ana Berenice | Ana Moura | Andreia Carvalho | Bianca De-Zotti | Brenda Pacheco | Catherine Santana | Diélle Soares | Elaine G. Nunes | Elisa Ribeiro | Gabriela Porto Alegre | Geisi Mara Rodrigues | Giana Guterres | Glaucia Ank | Julia Pantin | Júnia Paixão | Liana Timm | Luiza Ferreira | Mari Gemma De La Cruz | Suzielli Martins | Tatiana Cruz (convidada) | Vanila Celestino & Veronica Favato.
curadoria e edição de Juliana Blasina (que também assina a capa) e Suellen Rubira (que participa ainda com um poema inédito)
editorial
Um quarto, uma gaveta, uma casa ao longe. O tema do sétimo volume traz a interação mulheres + espaço. Poemas, contos. fotografias e ilustrações ocupam as páginas da última zine de 2022. O número recorde de colagens que recebemos reflete em si uma característica fundamental do espaço na perspectiva das mulheres artistas: um mosaico de constantes alocações.
As 62 páginas deste volume trazem a mulher como um ser deslocado, contido ou soterrado em pilhas de julgamentos, de afazeres e outros pedregulhos. Porém as asas e as janelas, as plantas que brotam nas fissuras, as pernas e as escadas e a pedra que sobrevive à ruína, são símbolos que marcam esse volume. Eles nos dizem que está gravado em nossos ossos o desejo de ir - o voo e o mergulho - a queda vertiginosa num espaço que, sim, é nosso.
Nas casas erguidas e derrubadas por nossas autoras, a certeza de que nenhum abrigo nos é dado: é preciso construí-lo. E é isso que fazemos aqui, lançando outro número de uma zine feminista no último dia do último ano de uma era sombria.
Com esse número, concluímos nossas publicações em um período marcado por tantas perdas, pois apenas no último dia de dezembro nos livraremos de Bolsonaro e sua simbologia torpe. Por outro lado, ganhamos como sociedade. Reocupamos um lugar importantíssimo na disputa democrática que se faz dia após dia. Não podemos nos dar ao luxo de sequer piscar. Angela Davis alerta:
a liberdade é uma luta constante.
Como vemos desde a colagem que ilustra a capa (voo e vertigens): o céu ainda está turvo, mas o véu do dia se aproxima e logo se derrama.
🌊Para ler Zine Marítimas, volume 07 >> a mulher e o espaço fora do corpo << clique aqui.
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